A Livraria Cultura, fundada em 1947, não cumpriu com os acordos firmados na recuperação judicial e teve a falência decretada, o grupo estava em recuperação judicial desde 2018.
Em decisão proferida há pouco, o juiz Ralpho Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo, recapitula os problemas recentes da companhia e adota um tom quase literário em sua argumentação — até chegar à trágica conclusão.
“É notório o papel da Livraria Cultura, de todos conhecida”, diz o juiz. “Notória a sua (até então) importância, e não apenas para a economia, mas para as pessoas, para a sociedade, para a comunidade não apenas de leitores, mas de consumidores em geral”.
A crise da Cultura ocorreu em paralelo à de outra grande rede de livrarias: a Saraiva, esta uma companhia de capital aberto e que também entrou em recuperação judicial em 2018. Em meio à evasão de clientes, queda nas vendas, custos em alta e inúmeras questões trabalhistas, o setor como um todo entrou em colapso.
A queda da Cultura e da Saraiva, no entanto, não representou o fim da história das livrarias. Longe disso: o que parece ter ficado no passado é o modelo de megalojas, cujos custos e despesas operacionais mostraram-se inviáveis sob o ponto de vista de gestão estratégica.
Em seu lugar, uma série de redes com unidades de menor porte — ou livrarias “de bairro”, com atendimento personalizado e clima mais intimista —, começaram a surgir nos principais centros urbanos, injetando sangue novo no setor e trazendo um alento à comunidade editorial e aos amantes da literatura.
Fonte: Seu dinheiro
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